Fábrica da Fafen em Camaçari encerra atividades nesta quinta-feira
Com a decisão, a estatal deixará de produzir e fornecer para outras empresas do Polo Industrial de Camaçari insumos como amônia, ureia, ácido nítrico e hidrogênio. Na manhã de ontem, centenas de trabalhadores fizeram uma manifestação em frente à sede da Fafen
Após 47 anos de operação, a Fábrica de Fertilizantes Hidrogenados da Bahia (Fafen-BA) vai desligar suas máquinas, hoje, quando começa o processo de hibernação da unidade.
Com a decisão, a estatal deixará de produzir e fornecer para outras empresas do Polo Industrial de Camaçari insumos como amônia, ureia, ácido nítrico e hidrogênio. Na manhã de ontem, centenas de trabalhadores fizeram uma manifestação em frente à sede da Fafen, no Polo, contra a paralisação da unidade baiana.
A Petrobras apontou a operação deficitária da unidade como justificativa para fechar a fábrica. Só em 2017, o prejuízo teria chegado a R$ 200 milhões. De acordo com a estatal, a solução encontrada para amenizar os impactos causados pela paralisação da planta é o seu arrendamento. Segundo publicação do Diário Oficial da União, em 16 de janeiro, o prazo para a conclusão dos procedimentos de venda é 22 de março, quando devem ser apresentadas as propostas.
Mas, mesmo com a intenção de arrendar a Fafen, a hibernação, adiada por duas vezes, está mantida para hoje, o que preocupa o setor industrial. De acordo com o superintendente de Atração e Desenvolvimento de Negócios da Secretaria de Desenvolvimento Econômico da Bahia, Paulo Guimarães, desde março de 2018, quando a Petrobras manifestou interesse em fechar a fábrica, o estado, as empresas e o sindicato dos petroleiros têm trabalhado para reverter a decisão.
“Não foram negociações fáceis e a Petrobras, ao final, mencionou a possibilidade de arrendar a unidade, porque ela queria hibernar e pronto. A questão é que a fábrica de fertilizantes é crucial para o Polo, atuando no fornecimento de insumos a várias outras fábricas. Hibernar a Fafen afetaria outras empresas, que precisariam importar suprimentos, e isso implica em altos preços e nova logística”, afirmou.
Neste sentido, o superintendente ressaltou que, com a “irredutibilidade” da Petrobras em adiar, mais uma vez, o processo de hibernação total, o arrendamento se torna cada vez mais difícil. Com informações do Correio da Bahia