Que traga um novo ciclo para o Polo Petroquímico, afirma diretor do Sindiquímica sobre venda da Elekeiroz

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R$ 160 milhões. Este foi o valor pelo qual a empresa de investimentos H.I.G. Capital adquiriu a Elekeiroz, fabricante de intermediários químicos. O Itaúsa, holding que controla o Itaú Unibanco, assinou o contrato na última-quinta (26). Em março, a Itaúsa concedeu à H.I.G a exclusividade nas negociações por 60 dias para possível venda do controle acionário da Eleikeiroz, conforme divulgou a revista Istóe. A venda envolve a totalidade das ações da empresa detidas pela Itaúsa, de 98,2% e 95,0% das ações ordinárias e preferenciais, respectivamente.

“A Elekeiroz tem em São Paulo e aqui em Camaçari. Desde à época do Banco Econômico que as unidades da empresa começaram a ser fechadas e eles mudaram o foco de produção. Hoje, butanol é o carro chefe”, explicou o economista e diretor do Sindiquímica, Mauricio Klajman, em conversa com o BNews.

Segundo ele, o grupo H.I.G. Capital tem um portfólio de investimentos de vários tipos de empresas e “eles compram para maturar e, lá na frente, vendem o negócio”. “Eles vão precisar tirar um retorno do que estão comprando. Como morador local, esperamos que haja investimentos nas unidades, um aumento na produção e, principalmente, que traga um novo ciclo para o Polo”, afirmou Klajman.

O economista ressaltou ainda as dificuldades enfrentadas no setor por conta da crise e afirma que “as unidades estão hibernando. O Polo se tornou mais concentrado e com poucos donos”, avaliou, citando a problemática da Fafen, cujo fechamento foi suspenso por 120 dias. “Estamos com os pilares de sustentação abalados, já que a Petrobras foi o carro chefe e agora estamos com a questão do fechamento da Fafen. Para 2018 ninguém vai se arriscar a fazer algum tipo de chamada de investimento enquanto não se definir a política do país”, afirmou.

De acordo com o diretor da Sindiquímica, é importante que haja proposta para o Polo voltada para uma política industrial. “Precisamos de investimentos. Se pararmos, os outros não vêm junto. Mais que investir, é preciso construir novas unidades”.

Venda Elekeiroz
A Itaúsa receberá o valor de R$ 0,95283 por ação, o qual estará sujeito a ajustes de acordo com as variações do capital de giro e do endividamento líquido da fabricante a serem apuradas após o fechamento da operação. Segundo a Itaúsa, o valor de venda das ações poderá ser complementado a depender da performance ou venda de determinados ativos da Elekeiroz, incluindo imóveis não operacionais; recebimento de certas superveniências ativas e êxito em certos processos judiciais; e eventual atingimento, pelo Fundo, de certa taxa mínima de retorno.

A transação também foi realizada sob a condição de, após o fechamento, o Fundo realizar oferta pública para aquisição das ações remanescentes de emissão da Elekeiroz. De acordo com a Istoé, a Itaúsa afirmou que a transação está em linha com a estratégia da Itaúsa de revisão de seu portfólio de investimentos e não se espera que acarrete efeitos significativos no resultado da empresa neste exercício social.

De acordo com Mauricio Klajman, não há informações sobre a possibilidade de demissões diante da venda da empresa e que há uma dívida trabalhista da Elekeroz que precisa ser paga. “Tem dívidas trabalhistas a pagar que ainda não sabemos se está neste valor de R$ 160 milhões. A H.I.G. é uma empresa de investimentos e esperamos que com esta aquisição a produção aumente e haja uma ampliação da unidade. Vamos abrir um canal de conversa com a empresa”, afirmou.

Por: Caroline Gois | BNews