Sobram postos de trabalho em 16 atividades em Salvador; veja vagas

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Mesmo em tempos difíceis, em que mais de 259 mil pessoas estão à procura de trabalho em Salvador, algumas vagas não são preenchidas

Procuram-se profissionais para preencher vagas de trabalho que têm sido oferecidas há mais de seis meses e não são ocupadas em Salvador.  Esta é a realidade em pelo menos 16 postos de trabalho da Região Metropolitana.

Em alguns, o salário chega a R$ 1,2 mil e a espera por um candidato passa de oito meses. É o caso da vaga de mecânico de refrigeração, oferecida pelo Serviço Municipal de Intermediação de Mão-de-obra (SIMM) desde janeiro.

O chefe Osmar Santos não tira férias há dois anos e procura profissionais da área para o restaurante
(Foto: Sora Maia)

O emprego oferece carteira assinada e um salário mínimo (R$ 788) como remuneração básica. Mesmo em tempos difíceis, em que mais de 259 mil pessoas estão à procura de trabalho em Salvador, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, a vaga não é preenchida.

No SineBahia (Sistema Nacional de Emprego), chama atenção a vaga de chefe de cozinha que tem média salarial de R$ 1.490,03, de acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados – CAGED.

Mas, segundo o chefe de cozinha Osmar Santos, do La Celestrina, este salário  pode chegar a R$ 10 mil. Santos afirma, inclusive, que está difícil achar profissionais para todos os setores da cozinha. Ele está há dois anos sem tirar férias e procura alguém para o auxiliar no restaurante.

“Até colegas de outros estabelecimentos  que estão com vagas abertas me pedem indicações, mas faltam profissionais”, afirma. Ele é um exemplo de sucesso na área. Antes de vir para Salvador, trabalhava na lavoura com a família, no município de Feira de Santana. Na capital, arrumou um emprego de auxiliar de cozinha e não parou de se aperfeiçoar.

“Além de rodar por todos os setores da cozinha, fiz o curso de cozinheiro no Senac. Depois fui convidado pelo meu antigo chefe para integrar a equipe de um novo restaurante”, conta. Há dois anos, ele montou a própria cozinha e fez o curso de gastronomia.

“Quero fazer pós-graduação, mas preciso de alguém para ajudar no restaurante”, planeja Osmar, que já acumula oito anos de experiência.

Um levantamento feito pelo SineBahia exclusivamente para o CORREIO apontou outras seis vagas, além da de chefe de cozinha, que são ofertadas constantemente, nos últimos seis meses, e têm dificuldade de ser preenchidas. São elas: ajudante de açougueiro, controlador de pragas, forneiro de padaria, marceneiro, educador físico e pizzaiolo.

De acordo com o gerente da unidade central do SineBahia, Helber Pacheco, a pesquisa quanto aos últimos meses dá uma ideia do que vem acontecendo em um tempo maior e o principal motivo é a falta de qualificação profissional.

“As pessoas precisam buscar uma qualificação, não vejo outra forma de ascender no mercado de trabalho. Não pode se acomodar nunca”, aconselha ele. “Os mais qualificados são rapidamente absorvidos pelo mercado”, acredita ele.

Habilidades específicas

Outro motivo apontado pelo Sine para as oportunidades encalhadas é a maior disponibilidade de vagas operacionais. Segundo Helber Pacheco, estes são postos mais difíceis de serem preenchidos porque os profissionais buscam evoluir na carreira e não querem mais ser auxiliares. “Chega um momento em que o ajudante de açougueiro quer ser açougueiro”, explica.

Há também casos em que o trabalho exige um pouco mais de experiência ou é muito específico. “A gente tem dificuldade de encontrar controlador de pragas, por exemplo”, diz. Ele alerta que, em muitos casos, são estas profissões que remuneram melhor.

Adequação

No Serviço Municipal de Intermediação de Mão-de-obra (SIMM), as vagas mais ofertadas no semestre e com dificuldade de preenchimento são: mecânico de refrigeração, costureira, monitor de vídeo, chapista de autos, bordadeira, designer gráfico, alinhador de pneus, sushiman e barman.

Para a coordenadora do SIMM, Aparecida Cardoso, as empresas que estão à procura de candidatos também precisam se adequar ao mercado. “O profissional que fez vários cursos não quer mais ganhar um salário mínimo. Às vezes, encontramos trabalhadores com o perfil que a empresa quer, ele participa do processo seletivo, mas não fica por conta do salário”, destaca.

É o que vem acontecendo com vagas como as de costureira, bordadeira e marceneiro. O supervisor de captação de vagas do SIMM, Edemilson Pereira, afirma que a maioria das pessoas com experiência nestas áreas prefere trabalhar por conta própria. “São profissionais que não querem se submeter a ganhar um salário mínimo”, ressalta.

Para a diretora da Associação Brasileira de Recursos Humanos na Bahia (ABRH-BA), Margot Azevedo, estas são profissões em extinção. “Ninguém quer mais ser padeiro ou costureira. Há uma aversão a essas profissões básicas”, analisa, explicando ainda que a motivação para isso é um fenômeno social mais amplo.

“Não é apenas porque não tem gente qualificada para assumir as vagas, é porque muitas vezes não tem gente interessada nisso. Os jovens vão para o mercado sem qualificação mesmo tendo um diploma”, acrescenta.

*Correio da Bahia

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